23 de julho de 2001 era uma segunda-feira pacata das férias escolares. Depois de três semanas seguidas de exibição da derradeira fase da Sessão Aventura, a Globo lançou um animê inédito na TV aberta para fazer dobradinha com Digimon 02, no também extinto programa Bambuluá. Ou melhor, nem era tão inédito assim, pois Dragon Ball Z já era exibido pela Band e também pelo canal pago Cartoon Network desde 1999.
Acontece que a emissora da família Marinho acabou levando a melhor na disputa pela saga de Majin Boo, enquanto a emissora do Morumbi ficou apenas com as reprises das sagas anteriores (Saiyajins até Cell). A saga de Majin Boo já estava em exibição nas noites do Cartoon desde 13 de abril de 2001 e sofria eventuais pausas, retornando para o início da mesma.
A Globo acabou exibindo todos os 92 episódios da saga (ou melhor, do 200 ao 291 do animê), mas teve apenas duas pausas: uma em 30 de agosto, data do sequestro do apresentador Silvio Santos e outra em 11 de setembro, quando ocorreram os ataques terroristas que derrubaram o World Trade Center.
Aliás, reza a lenda urbana que houve exibição de DBZ na Globo nesse dia, e que o plantão da Globo interrompeu uma cena em que Goku se transformava no Super Saiyajin 3. Efeito Mandela é um eufemismo para uma fake news tão ou mais endiabrada que o Dabura (entenda melhor aqui).
Cronologia à parte, a saga de Majin Boo deixou a turma de Goku mais popular do que já era, graças ao alcance da Globo. Imagine se Yu Yu Hakusho fosse exibido nas manhãs da emissora. Pois é, a popularidade que existia entre fãs e simpatizantes chegou até um público mais novo, que passou a consumir DBZ através dessa exibição. Como tudo o que faz sucesso incomoda, alguns pais e religiosos se escandalizaram com a violência e também com o nome do Mr. Satan, que era na verdade um picareta do bem, digamos assim.
Posso pressentir o perigo e o caos…
O então arco começava sete anos após a batalha final contra o androide Cell. Gohan já era adolescente e tinha um irmão mais novo, Goten, que nasceu após a morte de Goku na saga anterior. Só que, no além, o homem mais forte do universo (pelo menos na mitologia) havia se tornado um discípulo do Senhor Kaioh do Norte.
Na cidade emancipada pelo Mr. Satan, após sua falsa vitória contra Cell, a criminalidade estava à solta. Sem medir seu senso de justiça. Gohan se metia nas confusões se transformando em Super Saiyajin, a ponto de não ser reconhecido pelos civis e ser chamado de “Guerreiro Dourado”. Nesse meio tempo, Gohan conhece Videl, a filha de Satan, que já enfrentava esse tipo de barra pesada com ajuda da polícia local.
Ao perceber que Videl já suspeitava de sua identidade secreta, Gohan pede ajuda à Bulma para criar um traje de super-herói. Assim surgia o Grande Saiyaman, o herói da justiça. Coisas do bom humor de Akira Toriyama e situações inusitadas que ele criava para o enredo da série.
Mais uma edição do Torneio de Artes Marciais acontecia e Goku estava de volta, porém ainda estava morto e com uma auréola na cabeça (!). Porém ninguém esperava pela chegada do mago Babidi e o rei dos demônios Dabura. Os Guerreiros Z mal sabiam que os vilões estavam planejando o despertar da criatura chamada Majin Boo. A princípio, Majin Boo tinha uma aparência boba e infantil, mas era altamente perigoso, capaz de transformar seus oponentes em… chocolate (quem não lembra da frase “Vou te comer! Vou te comer! Vou te comer!“, né?).
Foi nesta saga onde vimos Goten e Trunks se fundirem para o furioso Gotenks, além de Goku e Vegeta se fundirem para Vegetto. A saga de Majin Boo foi a mais nonsense de DBZ, criou situações catastróficas, como a destruição da Terra, a morte de Vegeta e até Dabura no paraíso. Mas ainda assim foi uma das mais marcantes e que, à época, conseguiu reunir uma galera que não era tão inveterada em animês e que passou a assistir por ser um assunto praticamente obrigatório nos intervalos da escola. Bons tempos que não voltam mais…
A saga de Majin Boo quase teve uma nova reprise na TV aberta e em horário nobre. É que em 2018, a Rede Brasil ainda exibia Dragon Ball Z, exibido logo depois de Os Cavaleiros do Zodíaco. O primeiro episódio desta saga passou na noite do dia 27 de julho daquele ano, numa sexta-feira pra ser mais exato. Quem ligou a TV às 20h30 da segunda, dia 30, acabou tomando um balde de água fria com a venda do horário para a Igreja Plenitude do Trono de Deus. Ou seja, os espectadores e até mesmo a equipe do programa Senpai TV foram desamparados pela própria emissora.
No fim das contas, Dragon Ball Z foi exibido na faixa das 23h, voltou para o início e ficamos sem ver novamente a saga de Majin Boo, que desta vez seria exibida na íntegra e com qualidade em HD. Um bom momento de nostalgia foi desperdiçado, a ponto da Toei não renovar contrato com a Rede Brasil. Uma pena.
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Cara 20 anos tanto tempo passou tão rápido quanto outros animes não daria certo porque a Globo nunca gostou de passar animes e fez isso praticamente a conta gosto com dragon ball porque o sucesso era muito grande a mesma coisa com Digimon que a Globo só passou porque precisava de um adversário a altura para enfrentar o sucesso de Pokémon e os animes na Globo sempre foram tratados como algo dispensável que quando eles queriam e não tava mais fazendo grande sucesso retirava assim como retirado atualmente não passa nada é verdade não tem problema e infantis mas a própria regulamento do Conar muito foi pela falta de interesse da Globo e manter um programa infantil se a Globo tivesse interesses mesmo esses regulamentos nunca seriam publicados
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Pra mim, eu assistia o anime que passava na Rede Globo: Digimon Adventures (1999) e Digimon Adventures 02 (2000). Quanto ao Dragonball Z, eu não curto muito bem felizmente…
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