Kamen Rider Zi-O reintroduz o conceito de mundos alternativos; e a culpa é toda do Decade!

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“Onore Dikeido!”

Tudo bem que a fase final de Kamen Rider Zi-O está prestando um tributo à série Kamen Rider Decade. Ainda assim, ironicamente pela presença do “destruidor de mundos”, o desfecho de era Heisei da franquia segue um tanto confuso. Para quem não liga pra esses detalhes, tudo bem. Mas certas continuidades não fazem o menor sentido pela ótica da lógica. Dentre as perguntas que deverão ficar sem respostas no final (ou mesmo depois no novo filme que estreia no final desse ano) está a reintrodução do conceito de mundos alternativos.

E não aqueles mundos alternativos que vimos em 2009 com outros atores nem nada disso. Esse conceito volta para justificar que cada série corresponde a um mundo isolado para cada Kamen Rider. Isso facilmente quebra a lógica de encontros vistos nas séries Movie Taisen, por exemplo. Os únicos Heisei Riders que poderíamos dizer que fazem parte de uma cronologia diferente do habitual é o Decade e o Build. O primeiro já vem de outro universo paralelo e sai em sua jornada para visitar outros mundos de cada Rider. E o segundo é mais consistente e se passa numa outra realidade onde o Japão foi dividido em três regiões.

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É preciso que se diga também que o crossover entre Build e Ex-Aid no filme Kamen Rider Heisei Generations FINAL (de 2017) fez todo o sentido e respeitou a separação desses mundos. O que acontece é que o mundo de Build mudou ao se fundir com um outro mundo no final de sua saga na TV.

Voltando para Zi-O: com a proximidade da luta final entre Sougo e Swartz, elementos como a Sky Wall de Kamen Rider Build, a Torre de Fuuto de Kamen Rider W e o prédio da Yggdrasil Corporation de Kamen Rider Gaim aparecem juntas na cidade. Daí se justificam duas coisas: uma é que os mundos estão se unindo e outra é que os inimigos derrotados pelos Riders retornam conforme cada Ridewatch são destruídos. A última justificativa é válida e está fazendo sentido só agora, visto que alguns Riders haviam perdido seus poderes assim que um Another Rider surgia. Ou seja, era para os Orphernochs, por exemplo, continuarem tocando o terror quando Takumi Inui perdeu seus poderes de Kamen Rider Faiz.

Nem precisava ter a primeira justificativa. Afinal, a grande maioria dos Riders coexistem (ou hipoteticamente chegaram a coexistir), certo? Caso contrário, como se encaixa, por exemplo, a citação de Kamen Rider Kabuto sobre a queda do meteoro na região de Shibuya que trouxe os Worms para a Terra em 1999? É mais um mistério que não deve ser respondido a tempo ou talvez nunca seja.

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Olha, já passou da hora da Toei definir bem a cronologia dos Kamen Riders. As franquias Ultraman e Power Rangers tem como base o conceito dos multiversos. Kamen Rider poderia seguir esse mesmo rumo, mas o que sobrou é mais um nó no cérebro. Difícil, hein.

Ah, se há algum culpado nessa bagaça toda, ele atende mais uma vez pelo codinome Decade. Agora falta só o Narutaki, aquele vilão sem noção, aparecer no último episódio e dizer a célebre frase: “Onore Dikeido!” (Maldito Decade!).

Autor: César Filho

Sou César Filho e desde pequeno acompanho séries japonesas, especialmente do gênero tokusatsu. Em 2013, lancei o Blog Daileon, meu espaço autoral onde comento sobre as principais produções da cultura pop japonesa. Incluindo animês como Os Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball e Gundam; e tokusatsu como Jaspion, Kamen Rider e Ultraman. Entre 2013 e 2017, fui palestrante em eventos como Sana e Anime Master, sediados na cidade de Fortaleza, capital do Ceará. De 2018 a 2023, fui redator e colunista do JBox, um dos principais sites especializados em cultura pop japonesa no Brasil. Em 2024, o Blog Daileon estará de cara nova e ânimos reforçados. E, é claro, com o mesmo propósito de entreter os fãs de tokusatsu e explorar o legado destas produções com 70 anos de história no cinema e na TV. Let’s Change!

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